8 de junho de 2017 Ouvir o texto
Em comparação com outras fontes de estresse no ensino – como as relações com os companheiros de trabalho ou com as equipes diretivas das escolas –, a relação com o aluno é considerada o principal fator de preocupação para os professores.
Um estudo realizado na Espanha, pela FETE-UGT (2010), com uma amostra de 1300 diretores e professores, revelou que os comportamentos disruptivos em sala de aula geram níveis notáveis de estresse em mais de 50% dos professores. Sobre o número de professores que podem apresentar dificuldades em relação à Síndrome de Burnout, o Estudio Estatal de la Convivencia (2010) afirma que cerca de 10% de uma amostra de 8 mil docentes sofre esse tipo de estresse relacionado com o trabalho.
Embora o estresse esteja presente em diversas profissões, pesquisas realizadas em diferentes países indicam que o ensino concentra os maiores índices de esgotamento (Kyriacou, 2001; Stoeber y Rennert, 2008). No entanto, pode-se dizer que um certo nível de estresse é inevitável em qualquer profissão e pode ser até mesmo benéfico em muitas ocasiões (Haberman, 2005).
Estresse na carreira docente
Burnout não aparece repentinamente como resposta específica a um elemento determinante concreto, mas é um estado que emerge gradualmente no processo de resposta à experiência diária de trabalho e a certos acontecimentos (Manassero, Fornés, Fernández, Váquez y Ferrer, 1995). Atualmente, a maioria dos autores definem burnout a partir das três dimensões propostas por Maslach, Jackson e Leter (1986): exaustão ou cansaço emocional, despersonalização e baixa realização pessoal.
Considerado o elemento central da síndrome (Maslach et al., 1986), caracteriza-se pelo baixo nível de energia e por fadiga crônica; surge a sensação de não ser capaz de dar mais de si mesmo, o que leva o professor a perder sua motivação. Maslach define como um padrão de sobrecarga emocional, em que as pessoas se sentem desgastadas, sem energia.
Se os problemas que interferem e dificultam o trabalho docente continuam, o professor passa a ver os outros (estudantes, companheiros, pais, etc.) como seus inimigos, os causadores de seus problemas. O desdobramento dessas atitudes e sentimentos está relacionado ao cansaço emocional. Consequentemente, o professor desenvolve estratégias para se proteger, que resultam em distanciamento, frieza no trato e falta de compromisso com os outros.
O fracasso de não atingir os objetivos e resultados desejados no exercício da profissão implica na tendência a uma autoavaliação negativa. O professor sente que as demandas de trabalho excedem sua capacidade e se autoavalia negativamente.
Fontes de esgotamento
A maioria dos pesquisadores (por exemplo, Friedman, 2000; Wood y McCarthy, 2002) concorda que entre as principas fontes de estresse dos professores estão as relações que eles estabelecem com os alunos em sala de aula, apontando a conduta disruptiva do aluno como indicadora do estresse do professor (Borg, Riding y Falzon, 1991; Boyle, Borg, Falzon y Baglioni, 1995).
A pesquisa mostra também como o estresse e a preocupação, resultantes dos problemas de disciplina dos alunos, influenciam as formas de enfrentamento utilizadas pelo professor. A preocupação faz com que o docente desenvolva um maior número de estratégias de enfrentamento pouco adaptadas, que o levam a recriminar-se, a ter pensamentos negativos, a deixar de comer ou dormir, e a adoecer. As estratégias ineficazes podem adicionar ainda mais estresse ao cotidiano.
Como começar a gerir o estresse docente
A seguir, os infográficos apresentam uma série de sugestões para quem deseja iniciar um processo de superação do estresse na carreira docente.
Consulte as referências bibliográficas utilizadas neste artigo aqui.
Matéria publicada originalmente no portal Eduforics.
Tradução Priscila Fernandes
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