25 de fevereiro de 2021 Ouvir o texto
Atualmente, a sociedade testemunha um estado de emergência do planeta provocado por uma crise climática que abala todos os ecossistemas. Isso porque as capacidades produtivas proporcionadas pela economia e pela tecnologia têm sido utilizadas sem consciência das consequências que têm em conjunto sobre a natureza e o funcionamento da Terra. Em paralelo à crise climática, a crescente desigualdade social agrava ainda mais o cenário já desfavorável.
Alguns podem se perguntar se é possível reverter essa situação. E a resposta é sim. Sim, é possível, o que não significa que seja simples.
Para buscar alternativas para o atual cenário é preciso olhar para a educação e encarar o grande desafio educacional: a construção de uma cidadania bem informada cientificamente para romper com a ignorância proposital e a indiferença geral.
É preciso mudar hábitos, agir e traçar compromissos. E é para contribuir com a formação de uma sociedade mais preparada para lidar com as questões atuais e as que ainda estão por vir que a Fundação SM criou o programa Conversas sobre Educação para uma Cidadania Global Significativa, uma série de 11 encontros para compartilhar saberes sobre educação e cidadania.
O tema do quinto webinário foi “Uma perspectiva ecossocial na educação para cidadania global” e contou com a participação de Rafael Diaz Salazar, professor da Universidade Complutense de Madri, na Espanha; Luis González Reyes, responsável pela “ecossocialização” e desenvolvimento do currículo ecossocial da Fundação FUHEM, na Espanha; Anahí Huancho Ramos, professora da Universidade Católica de Temuco, no Chile; e Juan María González-Anleo, sociólogo, professor da ESIC (Escola de Business e Marketing), na Espanha, e autor do “Relatório da Juventude Espanhola 2021: Ser jovem em tempos de pandemia”. A moderação ficou sob responsabilidade de Chema Gonzalez Ochoa, diretor de programas da Fundação SM Espanha.
Virtudes ecossociais necessárias na educação
Rafael Díaz-Salazar defendeu a pedagogia das virtudes versus a pedagogia dos valores para conseguir que os cidadãos sejam ativistas. Segundo ele, consciência e conhecimento por si só não são mais suficientes, é preciso passar à ação. As virtudes geram hábitos de comportamento.
Virtudes ecossociais necessárias para trabalhar na educação:
“A ação é a melhor educação. Quando um processo educativo não gera ação, fracassa. A ação deve acontecer nas salas de aula, nas casas e no entorno”, enfatiza.
A experiência ecossocial da FUHEM
Luis González apresentou algumas ideias para colocar em prática a perspectiva ecossocial em um centro educacional, após sua experiência nos centros da Fundação FUHEM, em Madri, na Espanha:
“Tais mudanças devem ser transversais, ou seja, aplicadas em todas as disciplinas já existentes nas escolas, pois são interdisciplinares”, explica.
A perspectiva ecossocial do povo mapuche
Anahí Huencho falou sobre a experiência do seu povo mapuche, no Chile. Eles têm uma visão comunitária mantida a partir da educação familiar e desenvolvem seus processos vitais na comunidade e no seu entorno. Dentro desses processos, a educação também está vinculada ao comunitário.
O trabalho nas salas de aula tem um foco colaborativo e leva em conta a tradição histórica e as práticas e costumes mapuches. Assim, por exemplo, o chamado purron foi introduzido na área matemática; é um cordão com nós que permite registros numéricos e processos matemáticos. Assim, consegue-se uma mudança curricular que introduz um elemento cultural do povo mapuche.
É necessário avançar neste tipo de fortalecimento de identidades, que integra a tradição de uma prática ecossocial ancestral. “Ao combinar o currículo combinado com um artefato cultural e comunitário mapuche, gera-se um processo mais natural e significativo”, exemplifica.
Valores ambientais dos jovens espanhóis
Para encerrar, Juan María González-Anleo destacou o desenvolvimento de dois conceitos nas últimas décadas, hoje integrados em nossos jovens de diferentes maneiras: conscientização e participação ambiental.
Segundo os dados do relatório Jovens espanhóis 2021 da Fundação SM:
Por outro lado, o consumismo dos jovens entra em choque com as abordagens e os valores teóricos. Há uma contradição entre o que pensam e como agem. Como se não imaginassem felicidade, suas expectativas vitais além do consumismo.
Perdeu os seminários anteriores? Neste link é possível rever como foram os primeiros encontros, além se conferir a programação completa dos próximos webinários.
Assista ao webinário completo:
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