9 de dezembro de 2020 Ouvir o texto
A pandemia da Covid-19 trouxe muitos desafios para a educação no Brasil. Da organização do trabalho pedagógico remoto, passando pelo diálogo com as famílias, à estruturação de processos colaborativos e diálogo com outros setores, a crise profunda em que nos encontramos tem convocado redes e escolas a repensar seus objetivos e formas de atuação para que possam atuar na proteção social e na garantia de condições para a aprendizagem e o desenvolvimento integral de suas crianças, adolescentes, jovens e adultos.
Diante da aprovação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) da resolução que permite que o ensino remoto nas escolas públicas e particulares se estenda até 31 de dezembro de 2021, 78,2% das redes municipais já sinalizaram que irão trabalhar com o formato, como mostrou uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Com o intuito de refletir criticamente sobre este momento, convidando redes, escolas e territórios a repensarem formas de atuação, o Centro de Referências em Educação Integral lançou a Campanha #Reviravolta da Escola. O movimento conta com a parceria da Fundação SM e de instituições como Ashoka, Avante, Cenários Pedagógicos, Cenpec, Comunidade Educativa CEDAC, Flacso, Gol de Letra, Instituto Alana, Instituto Rodrigo Mendes, Itaú Social e Movimento de Inovação na Educação.
O objetivo é promover ações que discutam as aprendizagens vividas em 2020, assim como os caminhos possíveis para se recriar a escola necessária para o mundo pós-pandemia. Entre essas iniciativas está a criação de um site especial para a Campanha, que reúne reportagens sobre boas práticas, manifestos e artigos de especialistas, para inspirar e dar suporte à discussão sobre como retomar as atividades presenciais em segurança, ocupando as escolas, protegendo as pessoas e valorizando a educação.
Qual é o papel da escola neste contexto?
No evento de lançamento da Campanha #Reviravolta da Escola, realizado no dia 27/11, a diretora da Fundação SM, Pilar Lacerda, mediou um bate papo sobre “Qual o papel da escola neste contexto?” que ocorreu entre Tereza Perez, diretora-presidente da CE CEDAC, Helena Singer, vice-presidente da Ashoka para América Latina, Consuelo Almeida, gestora do CMEI Pio Bittencourt, e Cristiana Berthoud, Secretária de Educação da Estância Turística de Tremembé.
As participantes enfatizam que a pandemia colocou à prova o modelo de educação que se tinha implementado e que a campanha #Reviravolta trata-se justamente sobre adaptar os espaços que se tinha, apropriar-se do território no entorno da escola, valorizando mais os espaços abertos e revendo o número de estudantes por atividades, além da importância de se fortalecer o vínculo que foi criado com as famílias durante o isolamento social.
“Não é possível mais manter crianças e adolescentes fora da escola. Apesar das coisas ruins da pandemia, ela trouxe a possibilidade de recriar a educação, de revermos o que não era bom antes e que precisamos mudar. Da mesma forma, olharmos para o que foi bom em 2020, mesmo com a pandemia, e que podemos manter”, enfatizou Pilar.
Para Helena Singer, as mudanças devem ocorrer em todas as esferas do ensino. “Não é só a escola, mas todo o sistema educacional que necessariamente vai ser transformado”, disse.
Cristiana Berthoud trouxe dados de uma pesquisa feita pela Fundação Carlos Chagas em parceria com a UNESCO e Itaú Social que mostra que, para quase a metade dos professores pesquisados (45,6%), a relação entre famílias e professores melhorou. “Esse vínculo é algo que precisamos preservar. Não há desenvolvimento pleno do aluno sem a participação da família. Não há trabalho no território educativo, desconsiderando o primeiro e tão influente território social da criança; sua família. Não há Educação Integral sem participação ativa da família, na comunidade e no território”, reforçou.
Consuelo Almeida relatou como essas transformações têm acontecido na prática na escola onde é gestora. “Nós nos mantivemos presentes na vida das famílias. Agora, estamos planejando o retorno, a partir dos territórios. Cada escola criou o seu, a partir de comitês, com representação de toda a equipe e comunidade, porque esse processo tem que ser coletivo”, disse.
Por fim, Tereza Perez foi enfática ao afirmar que a reprovação dos estudantes não é um desfecho aceitável para este ano. Ela destaca que é muito importante levar em consideração que os aprendizados foram distintos para cada criança e adolescente. Partindo daí, a escola deve conhecer o que foi aprendido para, então, retomar e fortalecer as aprendizagens para que todos possam ter condições de continuar aprendendo e seguindo sua trajetória escolar. “Se alguém precisa ser reprovado somos nós adultos que não geramos as condições necessárias e suficientes para que todos tivessem condições de aprender”, declarou.
Assista ao evento de lançamento da Campanha #Reviravolta da Escola na íntegra:
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